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PudimCast #28 – Os dois lados da inteligência artificial

O PudimCast® tarda mas não falha! Dando continuidade ao arco HIGH TECH, LOW LIFE, que se iniciou no episódio passado, Cintia Pudim conversa novamente com o engenheiro André Piazza e com o programador Vinícius Seixas sobre o boom das inteligências artificiais, os impactos que elas vêm causando e também sobre suas consequências, desbravando o lado obscuro da IA.

Impactos positivos

Dentre os muitos impactos positivos que a inteligência artificial vem causado, é possível destacar a revolução na área da saúde, em que as ferramentas desenvolvidas vêm auxiliando em diagnósticos médicos mais precisos e rápidos, bem como ajudando a criar protocolos individuais para o tratamento das doenças através da análise precisa de quantidades gigantescas de dados clínicos e imagens médicas. A inteligência artificial também tem sido uma ferramenta poderosa para acelerar a pesquisa científica, com avanços significativos em áreas como a astronomia, biologia, física e muitas outras.

O transporte de cargas e pessoas também vem sendo impactado pela IA, com seu uso voltado para o desenvolvimento de veículos autônomos, como carros e drones. Além de aumentar a segurança nas estradas, reduzir congestionamentos e otimizar o uso de recursos, como combustíveis, os sistemas de navegação baseados em IA podem ajudar as pessoas a planejar rotas mais eficientes e encontrar soluções de transporte mais sustentáveis.

Impactos negativos

Assim como qualquer tecnologia, a IA pode ser utilizada com intenções maliciosas por indivíduos, grupos ou governos. O fácil acesso a ferramentas de criação de texto, imagem e vídeo fez disparar a circulação de deepfakes convincentes, que já estão sendo utilizados para disseminar informações falsas em larga escala e, no final de Junho (de 2023) circularam imagens falsas de Donald Trump sendo conduzido e preso pela polícia de Nova York.

Com as ferramentas cada vez mais populares e, sendo muitas delas gratuitas, muitas pessoas passaram a depender exclusivamente das respostas da IA, sem questioná-las ou verificar sua precisão. Esse comportamento tem um impacto extremamente negativo porque as habilidades críticas necessárias para a tomada de decisões acabam sendo deixadas de lado.

O lado obscuro das IAs

Embora a maior parte dos impactos negativos das IAs estejam ligados à má utilização da tecnologia, não podemos deixar de falar do lado obscuro dela, como no caso do viés algorítmico, que vem sendo debatido por diversos setores da sociedade.

O viés algorítmico refere-se à tendência dos algoritmos de IA em tomar decisões ou fazer recomendações que podem ser injustas ou discriminatórias. Isso ocorre porque esses algoritmos são treinados com base em conjuntos de dados históricos, e é nesse ponto que o viés pode surgir, como consequência de um treinamento de IA que não leva em consideração a diversidade, por exemplo. 

Para ilustrar isso, citamos no episódio as imagens criadas por Miles Zimmerman que contam, basicamente, com pessoas brancas, de peles e dentes perfeitos, cujas únicas imperfeições notadas são as da dificuldade das IAs em gerar fotos que sejam totalmente críveis, com presença de mais dedos e dentes do que é humanamente concebível.

O próprio autor da thread chamou atenção para o viés, sendo necessário dar comandos específicos para que a Midjourney gerasse mulheres negras e homens em suas novas imagens.

A IA também está sendo amplamente utilizada para análise de currículos e, a maioria das pessoas que está no LinkedIn, Gupy e outras plataformas de emprego, já deve ter se deparado com vagas disputadas por milhares de pessoas, sendo humanamente impossível ter seu currículo analisado por um ser humano.

Sem saber quais são os padrões utilizados na seleção, muitas pessoas acabam sendo reprovadas sem um feedback real do que houve, recebendo apenas uma mensagem automática dizendo que a pessoa não avançou no processo.

Relacionamentos robóticos

O PudimCast® não seria o PudimCast® se não entrássemos na toca do coelho para falar de tecnologia e relacionamentos, principalmente os robóticos. Diversas ferramentas de IA já foram desenvolvidas para auxiliar desde a forma como nos mostramos ao mundo nas redes sociais (como FaceTune) até mesmo à criação do parceiro perfeito. Vamos dar uma olhadinha nisso.

Tinder

O Tinder já desenvolveu a sua própria IA para criar uma bio que reflita os interesses e a personalidade do usuário (por enquanto só está disponível nos Estados Unidos e Canadá). Isso, por si só, já é maluco o suficiente, mas se formos considerar que o Tinder funciona à base de algoritmos para obter melhores resultados e proporcionar mais matches aos usuários, só demonstra que as relações pessoais estão cada vez mais sendo pautadas pelos algoritmos.

E tem mais: Há anos é possível terceirizar para os algoritmos as curtidas no app. O que começou com uma automação para curtir todos os perfis com os quais o usuário cruzava, evoluiu para algoritmos que são treinados com um banco de dados com fotos de pessoas que interessam ao usuário e, a partir daí, a inteligência artificial compreende o perfil de interesse e passa a curtir ou não os perfis do aplicativo. Já existe até uma evolução em que os próprios programas iniciam a conversa por conta própria após o match e um chatbot consegue mantê-la fluindo. Já houve um caso de um usuário que mantinha mais de 200 conversas com esse bot mas acabou banido do app.

Robôs sexuais

Há alguns anos foi lançada a RealDoll, uma boneca ultrarrealista que vem sendo constantemente atualizada. A boneca conta com um corpo inanimado e uma cabeça intercambiável, mas a última versão dela, a RealDollX já conta com inteligência artificial para animação da cabeça, permitindo que a boneca fale e demonstre expressões faciais condizentes com o momento.

Para quem não tem onde guardar uma boneca de verdade, a empresa também lançou uma opção em seu aplicativo, o X-Mode, que permite criar uma namorada virtual escolhendo seu tipo de corpo, estilo e personalidade. A IA pode lembrar seu nome, gostos e se envolver em alguns bate-papos sexuais atrevidos.

Créditos: RealDoll

Mas não é só isso: Já existem modelos masculinos também! Segundo o site oficial, é possível escolher entre “os mestres da sedução pré-concebidos, como bonecos eróticos Johnny ou Michael, ou construir seu próprio cara dos sonhos até o último detalhe”. O app de IA ainda não chegou a esses bonecos, tornando-os apenas trambolhos articulados que não se mexem de forma autônoma e, pelo que o site indica, nem mesmo suas expressões faciais são mutáveis.


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Edição do episódio: Audio Heroes

Cintia Pudim

Blogueira | Podcaster | Cafeinólatra | Social Media